Adolescência:
- Conceito da Psicanálise.
A adolescência é uma fase de construção social, na qual o indivíduo se desenvolve para ocupar um cargo na sociedade. Dessa forma, aprende a ser independente e socialmente produtivo. Demorou um certo tempo para a adolescência ser considerada uma fase do desenvolvimento humano. Nesse contexto, sair da infância para a vida adulta estava marcado pela independência econômica e social. Sigmund Freud deu uma atenção especial aos adolescentes a fim de entender melhor esse conceito, recente para a época. Para ele, tratava-se uma fase de separação dos pais e de preparação para a independência. Assim, a fase da adolescência seria complexa e longa, especialmente em nossa sociedade atual. Nesse contexto, cada vez mais jovens demoram para conseguir a sua independência dos pais. Assim, entenda melhor sobre o assunto na perspectiva da psicanálise!
Puberdade
Freud descreveu a transição entre a fase de latência para a fase genital como puberdade. Biologicamente, é um período de grandes mudanças hormonais e corporais. Assim sendo, tudo é novidade e complicado para assimilar. Nesse contexto, essas mudanças corporais possuem impacto também no desenvolvimento psicossexual. É nessa fase em que a libido, que antes era voltada para si mesmo, volta-se também para objetos e pessoas que causam atração sexual. Também é nessa fase que o adolescente descobre a zona erógena genital e tem pulsões sexuais mais fortes. Porém, é preciso ter passado por todas as fases anteriores para que o indivíduo tenha um desenvolvimento correto na fase genital. Assim, como a adolescência é uma preparação para a vida adulta, é nessa fase que ele precisa aprender a ter cada vez mais independência dos pais. Se houve fixação nas fases anteriores, o desenvolvimento pode ficar comprometido.
Fase genital
Complexo de Édipo: O complexo de édipo é uma teoria que diz que o menino possui o desejo de substituir o pai na relação com a mãe, estabelecendo uma relação de rivalidade. Ao mesmo tempo, possui medo de ser punido pelo pai e ser “castrado”, o que Freud chama de ansiedade de castração.
Inveja do pênis
A versão feminina do complexo seria marcada pela inveja do pênis. Nessa fase, ela percebe que não nasceu com um pênis e inveja homens por causa disso. A menina sentiria falta de tudo que vem com o falo, todas as suas representações, e então se ressentiria por ter nascido mulher. Para Freud, todas as mulheres se desenvolvem com um grau de fixação nessa fase por conta dessa inveja. Porém, essa teoria é extremamente contestada por não ter evidências o suficiente e por ser considerada um insulto às mulheres. Essa teoria também não considera que a construção social patriarcal influencia numa possível “inveja”, afinal, é uma sociedade que ainda possui mais homens em posição de poder. Assim, essa inveja não seria algo tão intrínseco ao ser humano, como diria Freud.
Retorno ao Épido: Na adolescência, acontece uma espécie de retorno à fase fálica, onde a fixação ao pai do sexo oposto volta. A diferença é que há uma supressão desses pensamentos, agora que o individuo sabe que não é algo socialmente aceito. Por seu desenvolvimento como ser social, o adolescente sabe que certas pulsões sexuais precisam ser reprimidas. Assim sendo, é uma fase marcada por um entendimento sobre a própria energia sexual e como suprimi-la, o que Freud chama de complexo de castração.
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