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A influência da infância no desenvolvimento do ser humano

 

 

Os primeiros anos de vida são fulcrais no processo de evolução do ser humano. A interferência da infância na vida adulta é extremamente intensa, afirmando-se, por isso, que os adultos são uma “extensão daquilo que viveram em crianças”.

“Addicted” é um drama que narra a história de Zoe Reynard, uma empresária americana com uma vida dita “perfeita”. Vive feliz com o marido, ambos com ótimos empregos, têm dois filhos em comum e uma vida de sonho. Num mundo em que sentia que o marido já não era suficiente, inicia uma vida boémia e desregrada, envolvendo-se sexualmente com vários homens em simultâneo. Mais tarde, tudo isto é descoberto e a sua vida arruinada. Zoe inicia um processo de terapia, tendo que relembrar o seu passado. Assim encontra a razão que justifica o seu problema - Zoe foi violada por três homens, quanto tinha apenas dez anos.

Este é um exemplo do impacto do passado no desenvolvimento psicossocial e cognitivo do ser humano.  Acontecimentos marcantes em passados difíceis tendem a acompanhar-nos até ao fim das nossas vidas, na medida em que intervêm em certas escolhas, modificam o sentimento e a perceção do mundo e da vida, transformam um indivíduo e conduzem determinados comportamentos.

Zoe era viciada em sexo, sendo mesmo diagnosticada com esta doença. Este vício também é uma forma de demonstrar a influência do passado. Uma parte deste que a “assombra” para o resto da vida.

Sendo assim, tudo o que somos hoje é um reflexo das experiências que vivenciamos na infância. Desde as interações sociais e relacionamentos, as fobias e os medos, os níveis de autoestima e de confiança, hábitos alimentares, violência e agressividade, depressão e dependências. O ser humano é um espelho da sua infância.

 

 “Addicted”, 2014, Google Imagens

 



Ana Beatriz Silva






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