Uma
criança que passa os primeiros anos de vida em completo isolamento da
sociedade/humanidade é denominada como criança selvagem. Estas podem vir a ser
criadas por animais como é o caso de Oxana Oleksandrivna Malaya (Оксана Олександрівна Малая), quando esta jovem foi encontrada não
falava, não andava e não se comportava como uma pessoa civilizada.
O que podemos dizer de Oxana
Malaya? Oxana foi encontrada por um
vizinho na Ucrânia em 1991 quando tinha apenas 8 anos. Viveu esses 8 anos da
sua vida na companhia de alguns cães e para sobreviver adotou os comportamentos
característicos deles. Atualmente ela vive numa clínica em
Baraboy, Odessa, para sujeitos com deficiência mental, pois não foi possível integrá-la na
sociedade humana.
Casos como este fazem-nos pensar no que
realmente define um ser humano, fazem-nos questionar se a humanidade é algo que
nasce connosco ou se é algo que vamos adquirindo ao longo da vida.
Não é possível resumir a vida de um ser
apenas pela sua biologia, há diversos fatores que levam um indivíduo a
tornar-se num ser humano, como por exemplo, o meio onde cresceu, a educação que
lhe é fornecida, entre outros.
Eu partilho da opinião de que ser humano é
ser racional, ou seja, agir segundos regras/leis, porém uma pessoa não nasce
com esta racionalidade ela vai adquirindo-a ao longo da sua vida o que
significa que durante a nossa infância nós somos completamente irracionais e
apenas agimos de modo a satisfazer as nossas necessidades básicas, tentado
sempre obter prazer. Tudo isto comprova que não nascemos humanos, mas
tornamo-nos humanos.
O que aconteceu com a Oxana e com outras
crianças é um exemplo que confirma a necessidade de uma formação para que nos
tornemos humanos, uma vez que esta: não se comporta racionalmente, vive segundo
os seus instintos, não tem qualquer capacidade de distinguir o certo do errado;
não consegue comunicar usando linguagem humana e nem consegue andar de forma
bípede. Desta maneira, concluo que ela não pode ser considerada um ser humano
enquanto não adquirir as capacidades necessárias para viver civilizadamente, o
que cientificamente já foi comprovado como uma tarefa quase impossível, devido
a todo o dano provocado no seu cérebro, num estágio tão inicial da sua vida.
João Filipe da Silva Gonçalves
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