Aspetos positivos da diversidade humana:
- Fator de aprendizagem o convívio com pessoas diferentes multiplica as hipóteses de efetuar novas aprendizagens.
- Fator de abertura e tolerância, o convívio com outras pessoas explora horizontes novos, levando-nos à descoberta de valores que nos deixarão mais ricos.
- Fator de desenvolvimento intelectual, a coexistência com pessoas oferece um número superior de possibilidades de exercitar as nossas competências mentais
- Fator de progresso cultural, a diversidade possibilita a renovação em todas as culturas.
Diversidade
biológica
Nas imagens distinguimos homens e mulheres
que apresentam claros traços distintivos em termos anatómicos e fisiológicos.
Manifestam uma diversidade biológica.
A sua pele apresenta diferentes colorações: a
cor da pele dos seres humanos atuais varia entre o cor-de-rosa-claro e o
castanho-escuro; dado que a melanina é um protetor dos raios ultravioleta (UV),
muitos investigadores consideram que a cor da pele esta relacionada com os
níveis ambientais de raios UV, o que explicaria a estratificação geográfica
(pele mais escura nas zonas do planeta onde os ralos UV são mais intensos). Os
traços fisionómicos variam também: o desenho dos olhos, à configuração do
rosto, o desenho do nariz, a espessura dos olhos, a cor dominante dos cabelos,
etc.
A descodificação do genoma humano mostrou que
a constituição genética dos seres humanos é muito semelhante: os 6 mil
milhões de seres humanos partilham 99,9% do código genético, o que remete 0,1%
para as diferenças individuais. Mark Adams, um dos mentores do Projeto do
Genoma Humano, afirma:
“Espera-se que seja o fim das teorias da raça, que não é mais
do que a cor da pele".
Efetivamente, a constatação de que a
composição genética dos seres humanos é igual nas diferentes regiões do mundo põe em causa o
conceito de raça. Esta conclusão foi, aliás, expressa pela comunidade
científica quando foi apresentada a carta do genoma humano. É possível encontrar maiores
diferenças genéticas entre duas pessoas que vivam no mesmo país do que entre um africano e um
europeu do Norte. Há mesmo maior variação genética entre os negros africanos do que entre
as populações do resto do mundo. Talvez por esta razão muitos tenham afirmado que o racismo
era um dos preconceitos postos em causa pela descodificação do genoma humano. A questão
da diversidade física é, portanto, muito mais complexa do que se julgava.
Enquanto pertencentes à espécie humana, todos
temos um cérebro, que apresenta as características e funcionalidades comuns.
Contudo, esta estrutura do sistema nervoso central não é igual em todos os indivíduos,
como já estudaste.
Efetivamente, se a hereditariedade específica assegura um conjunto de características
comuns que nos tornam humanos, a hereditariedade
individual assegura-nos que somos únicos. E mesmo aqueles que têm o
mesmo património genético – os gémeos homozigóticos - apresentam diferenças
resultantes da interação que se estabelece, desde a conceção, entre a carga
genética e o meio. O desenvolvimento, desde o embrião, envolve uma progressiva diferenciação.
Diferentemente de outras espécies, em que o
programa genético não dá lugar à variabilidade, nos seres humanos o programa
genético não define de forma determinista o indivíduo; é, antes, um conjunto de
instruções que favorecem a variação individual. O processo de desenvolvimento
que ocorre em contexto social vai aprofundar as diferenças que a hereditariedade
já se encarregara de assegurar.
Diversidade
cultural
Não é simples ser humano. Aquilo que trazemos
escrito no nosso código genético não é suficiente para crescermos como humanos.
Alguns dos nossos órgãos mais complexos e poderosos, como o cérebro, dependem,
para o desenvolvimento das suas capacidades, de informação que não está contida
em si mesmos, dependem das oportunidades que têm para aprender, para apreender.
Sem a cultura, sem as possibilidades de desenvolvimento
que nos proporciona crescermos num cont
exto cultural
particular, seríamos seres incompletos, inacabados. Nascemos, crescemos
vivemos em contextos socioculturais muito variados. É nestes que se desenvolve,
em interações uns com os outros e com os diferentes ambientes e situações de
aprender, a capacidade de criar e de transformar subjacente ao processo de adaptação.
Quando olhamos para a forma como nos tornamos
seres humanos, através da participação em relações com outros seres humanos, percebemos
que somos, mesmo biologicamente, seres sociais e culturais. Tornamo-nos
humanos num meio que já possui em si estrutura e conteúdo, que possui outras
pessoas organizadas em sociedade e que possui formas culturais de ser e de
viver. Por isso se torna tão importante considerar o processo de socialização.
O processo de integração numa sociedade e cultura particular, indispensável
para todos nós, faz com que a diversidade cultural,
dos contextos socioculturais onde nos inscrevemos, se traduza em formas distintas
de estar, de pensar, de ser e de nos comportarmos.
Todos somos seres diferentes e semelhantes.
Às vezes parecemos mais iguais, às vezes mais diferentes. Não só diferem os
nossos corpos, como o que neles se inscreve à medida que crescemos num
determinado lugar, numa determinada comunidade com as suas culturas
específicas. É mais fácil percebermos semelhanças relativamente àqueles que
partilham connosco a sua vivência cultural. Os outros são diferentes: no que
fazem, no que usam, na forma como pensam e sentem, na forma como se veem no
mundo e vivem nele. Mas também nos assemelhamos: todos os povos, todas as
comunidades, têm cultura. As culturas comunicam com os seus membros e com
outras culturas, transformando-se mutuamente.
O Relativismo Cultural procura entender os
valores culturais de uma sociedade a partir dos padrões vigentes neste grupo
social. Desde a Antiguidade, com o filósofo Protágoras de Abdera, havia uma
escola filosófica que defendia essa visão.
No final do século XIX, a fim de afastar o
etnocentrismo e o positivismo, a ideia de relativismo cultural ganhou força,
através das obras de Franz Boas (1858-1942).
Definição
de Relativismo Cultural
Relativismo
O relativismo entende que não há nenhuma
verdade absoluta, nem no âmbito moral nem no campo cultural. Por isso, propõe
uma abordagem cultural e moral sem julgamentos pré-concebidos.
Cultura
Por sua parte, a cultura pode ser entendida como o conjunto
de elementos materiais ou imateriais que pertencem a uma mesma comunidade.
É importante
lembrar que não estamos a falar somente das artes e sim dos costumes e
tradições de um povo.
Relativismo
Cultural: o que é?
Assim sendo, o relativismo cultural propõe o entendimento de
povos e culturas diferentes através das suas próprias crenças.
Invés de utilizar termos como “superior” ou
“inferior”, o relativismo cultural procura compreender certos comportamentos de
acordo com a dinâmica social daquela população. Por consequência, ninguém teria
direito a emitir juízos de valores sobre essas práticas e classificá-las como
imorais ou amorais, certas ou erradas.
Uma frase do filósofo e historiador alemão
Oswald Spengler (1880-1936) resume esta ideia:
“Toda cultura tem seu próprio critério, no qual começa e termina sua validade. Não existe moral universal de nenhuma natureza.”
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